UM NOVO PARADIGMA PARA A SAÚDE E A CURA

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Fomos ensinados que a doença é causada pela invasão de germes, vírus e assim por diante – pelo “micróbio à solta, que contamina tudo”. Lidamos com a invasão atacando “inimigos” (germes, vírus, etc.). Entretanto, deixamos de compreender que esses supostos vivem dentro de nossos corpos e, quando os liquidamos, acabamos nos prejudicando.

Na realidade, os microorganismos não provocam doenças – nós sim. Os microorganismos representam simplesmente uma outra parte da “população mundial” tentando viver em harmonia conosco. Sua contribuição para o processo que dominamos doenças se dá devido ao nosso próprio convite. Da mesma forma que as formigas não pensam em entrar em nossas casas, a menos que haja comida para elas, os germes não entram em nossos corpos, a menos que deixemos uma porta aberta. Essa porta, aberta em resposta ao estresse, possui a chave para a prevenção da doença. Não temos que nos concentrar em destruir microorganismos; precisamos simplesmente modificar os ambientes mentais, emocionais e físicos que os alimentam.

A modificação de nossa maneira de pensar, nossa alimentação, estilo de vida e ambiente pode alterar a química de nosso corpo para que agentes infecciosos não possam sobreviver dentro dele, sendo forçados a sair. As relações humanas são bastantes similares. À medida que crescemos e nos modificamos durante a vida, algumas pessoas deixam nosso círculo de relações e outras chegam. Certamente não temos de “destruir” as pessoas que não queremos mais em nossas vidas. Em vez disso, uma mensagem clara expressando nossos sentimentos e desejos normalmente resolverá o problema. Assim, a mudança de nossa forma de pensar e de nossas ações produz efeitos muito poderosos. Se pretendemos viver estilos de vida saudáveis, respeitando nossos sentimentos, corpos e a própria vida, então os vários aspectos de nossas experiências – emocionais, físicos e ambientais – reagirão não para criar ambientes propícios a doenças mas, ao contrário, para desenvolver sistemas imunológicos mais fortes e reforçar a saúde.

Nosso objetivo é chegar à essência do problema, às causas de nossas aflições. Ao utilizarmos a luz para mais uma vez despertar os acontecimentos traumáticos que se encontram no subconsciente, esses acontecimentos podem ser trazidos ao nível consciente para serem tratados mais efetivamente, procedendo a uma cura verdadeira, de uma forma que modifica a vida. Entretanto, muito do trabalho terapêutico que vemos sendo praticado, mesmo aquele chamado holístico, assemelha-se a colocar um simples Band-aid sobre um tumor canceroso. Na melhor das hipóteses, apenas o protege temporariamente. De maneira similar, muitas técnicas médicas simplesmente reparam o efeito de um problema e raramente se voltam para a causa do mesmo. Muitas abordagens, holísticas apenas reequilibram temporariamente os sistemas dos pacientes até que esses, uma vez mais, vêem-se cercados pelos aspectos de sua vida que fizeram com que entrassem em estados de desequilíbrio.

Se aqueles que praticam a cura não utilizam suas ferramentas para proporcionar mudanças profundas, simplesmente oferecem a seus pacientes um par de muletas mais resistentes a cada ano. Isso é muitas vezes observado no campo ligado ao olho. Os pacientes vão a oftalmologistas típicos para exames de vista; óculos são prescritos na maior parte dos casos, e os pacientes são instruídos a retornar dentro de um ano. No ano seguinte, quando seus olhos apresentam mais deficiências (como sempre ocorre), diz-se a eles que têm uma doença progressiva, tal como a miopia, e que nada pode realmente ser feito. Após trabalhar com milhares de pacientes nos últimos 16 anos, sei que é isso o que ocorre com a maior parte das pessoas, simplesmente porque a causa fundamental do seu problema de visão nunca é considerada logo no início. A menos que o médico seja orientado quanto à prevenção, os pacientes normalmente ouvem que seu problema é hereditário, um prognóstico que não os encoraja a participar de maneira ativa do seu próprio processo de cura. Os pacientes ousados o suficiente para questionar seus médicos a respeito de abordagens mais holísticas para seus problemas específicos muitas vezes se sentem tolos pelo simples fato de fazerem a pergunta.

A típica relação médico/paciente geralmente perturba este último. Muitos médicos olham para seus pacientes como se houvesse algo errado com eles, imaginando ou esperando poder “solucionar o problema”. Da mesma forma, as pessoas se acostumaram a pensar que há algo errado com elas que só pode ser “solucionado” por seus médicos. Essa perspectiva muito difundida simplesmente faz com que a maior parte dos pacientes se sinta impotente quanto à sua saúde pessoal, encorajando a maior parte dos médicos a não ver seus pacientes como um todo.

Não estamos sugerindo que os médicos omitam fatos de seus pacientes! No entanto, se os médicos se permitissem ver e sentir as semelhanças existentes entre seus próprios sistemas de vida e os dos seus pacientes, perceberiam que os pacientes desejam que seus médicos se coloquem nos seus lugares, compreendam a sua situação garantindo-lhes que estão e estarão bem. A partir daí, o tratamento, caso envolva psicoterapia, medicação ou o que quer que seja, se torna mais eficaz, pois, agora os pacientes estão mais à vontade e dispostos a curas mais profundas. De fato, se os médicos percebessem o poder dessa abordagem, em muitos casos não teriam de prescrever medicamentos, pois, estariam cientes do poder que o amor, a compaixão e o relacionamento humano têm no processo da cura.

Muitos médicos e terapeutas se mantém isolados, à parte, dos problemas de seus pacientes, evitando experimentar sentimentos dolorosos semelhantes aos deles. Por exemplo, os médicos recomendam sedativos para acalmar os pacientes. No entanto, na realidade, talvez estejam inconscientemente reprimindo os sentimentos dos seus pacientes a fim de evitar lidar com os seus próprios. Caso um temor do paciente não venha à tona, o do médico também não será despertado. Obviamente, em determinados casos, a medicação é apropriada. Entretanto, quando a mesma é utilizada para manter um dos dois em um estado de entorpecimento, nenhuma cura real tem lugar.